terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Resumo de alguns contos contidos no livro

Baratman & Rubin

O roubo do quadro no museu

Durante muitos anos, o povo de Gordon City vivia na mais completa paz. Fazia muito tempo que não se falava em roubo de uma agulha sequer na cidade. A delegacia estava jogada às moscas. O delegado aparecia lá somente uma vez por semana para tirar o pó da mesa, e os policiais apenas para disputarem partidas de dominó.

Mas essa paz chegou ao final quando os dois terríveis assaltantes conhecidos como Cipó e Canela Lisa resolveram realizar um assalto no museu de artes. Eles ousadamente roubaram um valiosíssimo quadro.

Tratava-se de uma obra muito antiga, do tempo do onça, pintado não se sabe quando, muito menos por quem. Seu valor era inestimável.

Como fazia tempo que não havia ocorrências desse tipo na cidade, a segurança do museu relaxou. Mesmo com os modernos sistemas de alarmes que iam desde ratoeiras até os sofisticados computadores e câmeras embutidas, os larápios conseguiram aliviar a relíquia.

A paz na cidade de Gordon City voltou a ser ameaçada! Toda população ficou transtornada com a notícia do roubo.

Como o delegado havia demitido muitos policiais da corporação e transformado alguns em palhaços para recreação infantil em creches e hospitais, contava apenas com alguns gatos pingados. A delegacia não estava mais preparada para capturar larápios perigosos como o Cipó e Canela Lisa.

Em algum beco da cidade, os super-heróis Baratman e Rubin também estavam aproveitando o longo período de paz. Sem muito o que fazer, curtiam a vida serena do doce barat-lar. O Baratman se dedicava à culinária e o Rubin adorava fazer tricô.

No dia do assalto ao museu, os dois estavam na barat-cozinha vestidos com barat-aventaizinhos. Baratman disse:

-Rubin, pega essa barat-faca e vamos descascar esta barat-bóbora para fazermos um barat-doce.
-Santa abóbora Baratman, a barat-faca está cega! Não corta nem fumaça.
-Então a amole no barat-amolador.

Os super-heróis estavam entretidos no preparo do doce de abóbora, quando o barat-fone tocou.

-Atenda o barat-fone Rubin. Ordenou Baratman.
-Alô! Aqui é da barat-casa do Baratman. E aí, quem fala?
-Aqui é o xerife Flanelinha do Condado de Gordon City.
-E aqui é o famoso Rubin, mas agora não podemos bater papo furado xerife. Estamos muito ocupados fazendo um barat-doce de abóbora, liga mais tarde.
-Não Rubin não quero bater papo! Estamos aqui na delegacia com um problema que somente vocês poderão resolver.
-Então desembucha xerife! Qual é o problema, apareceu outro rato aí?
-O caso é muito sério! Hoje logo cedo, roubaram um quadro lá do museu.
-Que bom! Será um cacareco a menos na cidade! Aquele museu está precisando mesmo de renovar as obras, lá tem muita coisa antiga, caindo aos pedaços!
-Rubin, se é um museu, logicamente tem que ter objetos antigos e não se trata de um simples quadro velho...

***
Uma pelada de futebol

Numa sexta feira à tarde, eu estava trabalhando no escritório, quando o meu amigo Zico convidou-me pra jogar uma pelada de futebol no final de semana.

Eu não estava a fim de ir nessa pelada. Estar no meio de um monte de marmanjos falando palavrões o tempo todo, cuspindo na grama e coçando o saco a todo instante, que nada! Mas como o Zico insistiu muito e sempre depois de um futebolzinho costuma rolar um churrasquinho, achei melhor não perder essa!

Chegando no local marcado, não vi ninguém, nenhum campo de futebol. Ali onde eu estava parecia mais um grande pasto!

Depois de alguns minutos, chegou um manquinho com uma mochila nas costas.

-Eu vim aqui pra jogar a convite do Zé Mamão! Disse ele.
-Você joga bola é? Perguntei.
-Por quê? Você acha que eu não jogo bola por ser manquinho? Respondeu ele zangado.
-Não foi essa a intenção da pergunta, eu só queria saber em que posição você joga!

Enquanto conversávamos, vinha chegando o Zico com mais alguns atletas. Ele me apresentou alguns:

-Este aqui é o ceguinho, ele é o nosso goleiro. Usa estes óculos fundo de garrafa, mas não deixa passar nenhuma bola no gol. Aquele barrigudo é o barrica que fica na defesa e o careca lá é o bronco. Ele tem esse apelido, por que tem bronquite, e a cada dez minutos, o jogo precisa ser interrompido pra ele sentar na beira do campo e esborrifar o remédio na goela, senão fica sufocado. O restante vem chegando por aí.
-Tem mais alguém do restante do time que também tem algum problemas de saúde? Perguntei.
-Somente depois que o jogo terminar é que saberemos com certeza. Ah! Tem também o louquinho, ele só joga bem quando toma o remédio pra cabeça!

O juiz convidado ainda não havia chegado e nem sabíamos se ele viria. Alguém dali precisava apitar o jogo. Mas como não estava sobrando ninguém dos times, foi preciso eleger o motorista do caminhão que trouxe a rapaziada do time do Zé Mamão.

O juiz pediu pra posicionamos no campo. O sol estava rachando mamona e eu nem sabia onde ficar. O Zico pediu pra eu ficar do lado direito do campo, perto da linha lateral. Havia ali perto, uma árvore. Então fui ficar à sombra dela. Antes de iniciar a pelada o juiz pediu um minuto de silêncio.

-Por que isso agora! Será que morreu algum conhecido de alguém daqui? Perguntei sussurrando pro Zico.
-Ninguém morreu ainda! Isto é uma homenagem pra alguém que por ventura venha a morrer aqui até o final da partida, principalmente se marcar um gol contra...

***
O Bonezinho Vermelho

Bonezinho vermelho costumava visitar a sua vovozinha, umas duas vezes por semana. Ela morava um pouco longe da vovó. Para ir a pé, precisava atravessar uma perigosa floresta! Sua mãe sempre aconselhava a garota a ir de ônibus. Mas ela já estava cansada de ter que esperar a condução que demorava muito e dava muita volta.

Então, neste dia ela resolveu ir pela floresta. Bonezinho caminhava feliz pela floresta cantarolando:

-Eu vou, eu vou, pra casa da vovó agora eu vou! Levar, levar, umas rosquinhas pra ela eu vou!

Em um determinado local, surgiu de trás de uma árvore, um figura esquisito! Parecia mais com um caçador de borboletas. Bonezinho, assustada com o surgimento repentino do sujeito, exclamou:

-Seu caçador!
-Oi Bonezinho Vermelho.
-O que caças por aqui?
-Borboletas, ora! E você , aonde vai? E o que está levando ai nessa cestinha?
-Eu estou indo pra casa da vovó, levando estes quitutes!
-O que tem aí dentro, me mostra?
-São biscoitos de polvilho de São Benedito!
-Me dá um?
-Não! Eles estão contados! Deixe-me ir agora, a vovó está me esperando.
-Está bem! Mas tome cuidado. Aqui na floresta está cheio de lobos maus! ...

***
A virada

Estavam todos reunidos em volta da cama. A esposa, os dois filhos, os netos e bisnetos do velhinho. O Senhor Olímpio que muito adoecido e fraquinho, aguardava a sua partida para o além no leito do hospital. O padre que daria a extrema unção, também era esperado.

-Vamos esperar que o padre chegue logo! Disse a esposa.
-Dessa noite ele não passa! Disse a filha.
-Vamos providenciar a papelada do enterro! Lembrou um dos netos.
-Quem vai fazer o inventário? Lembrou o genro.

Já tarde da noite, após a extrema unção, todos foram embora. Ficou apenas a esposa com o marido.
O médico entra no quarto, trazendo o resultado do ultimo exame.

-Dona Glória, fizemos uma junta médica para analisar o estado terminal do seu esposo e concluímos que é melhor ele terminar os seus últimos dias em casa.
-Mas como doutor, se desta noite ele não vai passar?
-Checamos os exames e descobrimos que há apenas uma possibilidade em mil dele se recuperar parcialmente e viver mais uns dois ou três dias.
-Então o senhor acha melhor dar alta para ele doutor?
-Sim! É o melhor que podemos fazer.

O velhinho teve alta. O colocaram em uma ambulância e juntamente com a dona Glória os levou para casa.
Na manhã seguinte, dona Glória foi acordada com um cutucão no ombro. Ainda sonolenta respondeu:

-Diga meu velho!
-Vochê po...di...a pegar um co...po de á...gua pra mi...mim? Mal podia falar o velhinho.
-Eu estou sonhando ou você falou?
-Eu fa...lei e vochê ex...cu...tou mi...nha véia!
-Bem que o doutor disse que ele iria ter mais uns dois ou três dias ainda! Pensou ela.

Umas duas da tarde, após o Sr. Olímpio ter tomado banho e almoçado, recebeu a visita da filha,
Ela dirigiu-se a dona Glória e disse:

-Eu fui lá no hospital e disseram que o pai teve alta!
-Ele está no quarto. Disse a velhinha.
-Mas ele não ...

A velhinha interrompeu a filha e disse:

-O doutor disse para trazê-lo para casa . Será melhor ele morrer aqui...

***
O eletrônico

Duas horas da madrugada, eu estava cansado de digitar uma matéria para ser publicada no jornal nas próximas horas.

Precisava dormir, ao menos um pouco, para poder acordar cedo. Salvei o arquivo no pen drive e depois cliquei em Iniciar e Desligar o Computador. Enquanto o sistema estava sendo desativado, fui beber água e quando retornei da cozinha o PC ainda estava ligado.

Esperei mais um pouco, uns quinze minutos para ser exato, mas ele não desligou! Apelei pra ignorância e taquei o dedo no botão do Power, também não desligou. Achei que fosse uma pane no sistema que desliga o pc automaticamente! Poderia estar com defeito.

Não deu outra! Acionei o dedão no Power do estabilizador. Também não desligou. Puxei o fio da tomada e o pc não desligou!

Achei tudo muito estranho! Por fim, dei uma checada em todos os fios pra verificar se algum estava conectado direto do pc na tomada. Como podia ser isso? Eu não havia bebido e estava bem acordado!

Três horas da manhã, eu não tinha como chamar um técnico. Foi então que resolvi encarar o pc. Sentei-me em frente dele e comecei a fuçar nas pastas de programas, para verificar se havia algum que controlava todo esse troço e desligava automaticamente.

Pensei até que poderia ter um No Break embutido em algum lugar. Abri o computador e vi um monte de parafernálias. Mas pareceu-me que não havia nada de diferente. Quanto eu estava montando o pc, voltei os olhos para o monitor e fui surpreendido por um rosto verde que apareceu no vídeo. Levei um baita susto, que pulei para traz e quase caí da cadeira.

Dei uma beliscada no meu braço para certificar-me que realmente eu estava acordado. Levantei-me, fui ao banheiro lavar o rosto, olhei no espelho e retornei para o computador. O rosto na tela ainda estava lá, olhando pra mim!

Rapidamente desconectei o monitor do pc. Mas os dois componentes permaneceram ligados e com a careta ainda no monitor.

Acreditei que estava sonhando mesmo! Talvez um pesadelo! Fiquei sentado, quieto na cadeira, de braços cruzados olhando para o monitor.

Mas aquele rosto verde no monitor não parava de me olhar! Então, tomei coragem e perguntei quem era ele. O alienígena respondeu-me rapidamente com uma voz robótica:

-Eu sou o Eletrônico Rei! Responsável pelo funcionamento dos computadores no mundo todo.
-O que você está fazendo no meu computador e o que quer de mim?
-Eu estou te designando uma porta voz dos eletrônicos para o mundo.
-O que?
-Cada vez mais o meu povo está sendo atacado por inimigos mortais.
-Que inimigos mortais, como?
-Os Cyber atacantes! Eles são vírus de computadores que estão aterrorizando vocês humanos e impedindo que façamos o nosso trabalho. Não estão atacando só computadores, mas também os celulares...

***
O resgate

Voamos perdidos pela imensa mata por bom tempo. O combustível do avião estava no fim. Em alguns trechos sobrevoamos bem baixo a procura de uma brecha para podermos aterrissar. Numa dessas baixadas, aquela rodinha que fica lá na calda do avião, enroscou em um eucalipto bem alto e a aeronave parou bruscamente. Ficamos pendurados com a frente do avião para baixo!

Com muito cuidado, fomos nos ajeitando na cabine do avião para evitar que balançasse e despencássemos lá de cima. Primeiro jogamos as bagagens para baixo e depois saímos da cabine. Descemos através dos galhos do Eucalipto.

Demos uma vasculhada na área a fim de acharmos um lugar para armarmos a barraca. Estávamos numa planície que tinha bons lugares. Inclusive o piloto deu uma idéia de armar a barraca em cima de uma árvore. Ele preferiu ficar lá em cima no avião, para tentar fazer contato pelo rádio e chamar por resgate.

Somente eu e o Salomão seguimos um pouco mais pela mata adentro. Depois de certo trecho, encontramos um bom local para acamparmos. Começamos a armar a barraca. Terminamos ao cair da tarde.

A noite, ouvíamos somente o ruído dos bichos. Eu estava realmente amedrontado. Não tínhamos outra coisa a fazer naquela penumbra a não ser rezar para o piloto conseguir um resgate.

-Que espécie de animais iremos encontrar por aqui? Perguntei ao Salomão.
-Coelhinho da Páscoa é que não será. Respondeu ele.
-Acho melhor dormirmos de olhos abertos! Sugeri.
-Não se preocupe, amanhã cedo iremos despertar com o cantar dos pássaros. Aqui na floresta tem uma enorme variedade deles! Disse Salomão com entusiasmo.

No dia seguinte, ao amanhecer, ainda dormíamos um sono ferrado. Fui acordado com uns cutucões do Salomão, ele disse:

-Ei Thomaz! Pára de roncar, você vai assustar os bichos da floresta!

Eu estava sonolento, sem entender o motivo dos cutucões. Dentro da barraca, estava claro. Olhei para o lado e vi que Salomão estava dormindo. Deitei novamente, mas não consegui dormir mais. Em seguida, ouvi um tremendo urro que veio do lado de fora. Salomão me cutucou novamente e disse:

-Pára de roncar! Eu quero dormir mais um pouco.
-Não fui eu quem roncou. Estou acordado! Comentei assustado.

Mais uma vez ouvimos outro urro. Salomão também assustado, disse:

-Então, se não é você quem está roncando. Quem será?
-Será que o piloto está dormindo lá fora? Perguntei.
-Não pode ser. Um ronco daquele, se não for o seu, só pode ser de um animal selvagem! Disse Salomão.
-Você quer dizer que lá fora pode ter uma onça, um leão ou coisa parecida?.
-Sim! Vamos ficar bem quietinhos! Disse ele.
-Você disse que iríamos acordar ao som dos pássaros e não dos leões! Lembrei.
-Vamos esperar até o bicho ir embora! Disse Salomão...

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