Eu namorei uma garota que se chamava Roseta.
Não era linda, nem feia. Mas se sentia o ultimo biscoito da lata! Não descia do salto nem a pau!
Pra beijá-la, era preciso prometer um monte de coisas: Presentes, roupas, levar ela pra comer lanches no Mc Donald´s e churros no parque. Como gostava de churros! De preferência, sem recheio. Ela dizia que aquele creme de doce de leite era muito melequento e enjoativo.
Roseta detestava andar no meu carro, porque era muito velho.
Eu dizia a ela que o carro não era velho, e sim antigo, de colecionador. Mas não tinha jeito, ela morria de vergonha. Principalmente quando eu a levava no colégio e parava em frente ao portão. Ela pedia para eu parar uns dois quarteirões antes ou depois. Nem fazia questão que eu fosse buscá-la após o término das aulas.
Falar com Roseta ao telefone, era um sacrifício! No meio de uma conversa, ela desligava e me deixava falando sozinho. No status do MSN ela sempre deixava como “ocupado” só para não tc comigo.
Quase não passeávamos! E quando eu ia namorá-la em sua casa, ficávamos no sofá vendo televisão. Ela tinha um cão que subia em seu colo e queria agrado a todo momento. Eta cachorro carente! Roseta agradava o bicho e esquecia de mim.
Um dia, quando fui namora-la, levei dois presentes. Um pra Roseta, a fim de garantir o meu beijinho e o outro pro cachorro, a fim de distraí-lo. Levei um generoso pacote de ossinhos de frangos.
Valeu a pena! O animal não quis saber do agrado da Roseta porque desviou seu foco pros ossinhos. Mas no dia seguinte, ele amanheceu mortinho. Engasgou-se de tanto comer ossos de frangos!
Depois disso, ela arrumou um gato asmento. Menos mal, porque o felino, além de indiferente, era quase imperceptível e detestava agrado.
Namorar em casa, também tinha outros problemas!
Roseta pedia pra que eu fosse à casa dela, somente depois que ela tivesse tomado banho, com as unhas feitas, cabelo arrumado, após o jantar e lavado toda a louça.
Eu chegava lá, por volta das dez horas da noite e as onze tinha que ir embora, porque seus pais solicitavam a minha retirada.
Quando, raramente íamos ao cinema do shopping, namorar na sessão enquanto o filme rolava, nem pensar! Roseta adorava aqueles baita baldes de pipocas. Ela as ruminava durante todo filme. Como eu ia beijar aquela boca cheia de caruás? Nem em sua mão dava pra pegar. Com uma, ela segurava o balde e com a outra, levava as pipocas à boca.
Certo dia, voltávamos de um outro raro passeio, um pique-nique para ser exato. Nesse dia, nem deu pra eu comprar nada pra ela. Nem uma peça de roupa, lanche no Mac e muito menos os churros. Portanto eu não havia garantido o meu beijinho de recompensa.
No caminho, avistamos uma linda praça. Estacionei o carro e disse a ela:
- Veja lá que pracinha romântica! Vou encostar essa bicheira pra te dar um beijinho.
- Não senhor! Respondeu ela.
- Por que?
- Hoje você não me deu nada, nem um churros sem creme!
- Mas não deu! Passamos o dia todo no pique-nique.
- Estou precisando de um par de tênis novo.
- Mas o shopping já fechou!
- Então liga essa bagaça e vamos embora.
- Amanhã nós iremos ao shopping, comemos um lanche no Mac e te compro o tênis.
- Então amanhã você receberá o beijinho.
Eu não me casei com ela! Não foi por causa das suas esquisitices. Foi por que ela me faliu e casou-se com um milionário.
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